Por que o vinho seco é melhor?

Depois de tanto ouvir essa pergunta, resolvi escrever um texto sobre o assunto, que foi publicado na coluna deste mês da revista Mon Quartier. Confira:

Vai um vinho seco aí?

Frequentemente encontro algumas pessoas que dizem que gostam de vinho, mas preferem os suaves. Normalmente, essas mesmas pessoas também perguntam o que fazer para gostar dos secos. “Questão de treino do paladar”, respondo.

Deixem que eu me explique melhor. Desde criança, somos acostumados aos líquidos docinhos. O leite materno, dizem, tem sabor adocicado. Os sucos comumente são adoçados. E depois vêm os refrigerantes – uma verdadeira “bomba” de açúcar. Como o vinho é feito de uma fruta, a uva, é normal que as pessoas esperem algo mais ameno quando tomam aquela bebida.

Porém, um vinho suave, ou docinho, não vai passar disso. Você nunca vai poder identificar nele aqueles aromas que os especialistas dizem sentir, como de especiarias, frutas silvestres, couro ou baunilha, entre vários outros. Isso porque o vinho suave é um vinho simples, feito com uvas “não viníferas”.

Só para você entender melhor, as uvas viníferas são frutos da espécie vegetal Vitis vinifera. São castas nobres, ideais para a produção de vinho. Entre elas estão Cabernet Sauvignon, Chardonnay, Merlot, entre inúmeras outras. Os vinhos feitos com estas uvas são chamados vinhos finos.

Já a uva de mesa (não vinífera), do tipo Isabel, Itália ou Bordô, entre outras, serve para ser consumida in natura ou para a produção de suco. Mas muitos produtores destinam essas uvas para a elaboração de vinhos mais simples – os suaves.

Esses vinhos normalmente passam por um processo que os diferencia dos vinhos secos: recebem adição de açúcar. O bom vinho, ao contrário, é aquele em que durante a sua produção todo o açúcar natural das uvas foi transformado em álcool.

Então, se você se identificou com o texto ou conhece alguém “chegado” nos suaves, aí vão algumas dicas para entrar no mundo dos secos sem grandes impactos:

Os tintos da uva Pinot Noir são mais leves, assim como os da Carmenère. Gamay também é uma uva tinta que pode agradar aos paladares mais acostumados com o adocicado. Entre os brancos, prove os argentinos feitos com a Torrontés ou os Pinot Grigio italianos.

E lembre: vinho só é saúde se bebido com moderação.

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  1. uma forma de produzir vinhos mais baratos é reduzir o tempo de fermentação das uvas, isto implica na produção de bebida de aixo teor alcoólico, sendo assim, além de açucar, adicionam outra bebida de qualidade mais baixa, portanto barata e com teor alcoólico maior para corrigir o teor do vinho e assim manter o vinho suave e ao mesmo tempo com teor esperado

  2. Olá sou diabético tipo 2, quero saber se posso fazer uso de vinho seco e quais problemas posso ter. Obrigado.

  3. Cleiton, o vinho tinto fino seco, são ótimos por que possuem reverastrol. Uma taça com 200 ml por dia fazem bem a saúde. Mas fique longe dos que possuam acima de 5/litro de açúcares, que são os suaves e doces.

  4. Olha é uma questão de gosto mesmo, não sou dada a doces (açucares), e até mesmo gosto de bebidas destiladas (que são fortes e amargas), porém meu paladar não bate com o vinho seco, então vou de demi.

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